Mais uma, por favor?

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Andei remexendo nas compilações feitas ao longo dos últimos dez anos. Será possível tamanha nostalgia? O que se pode dizer de alguém que ouça somente poeira e ainda possua tanta nostalgia? Apreço por velharias… Assustei-me com a minha capacidade burocrática. Reconheço a mania de organização como inerente ao meu ente. Todavia, a organização beira o fanatismo. Vi como minha concepção “rotuleira” modificou ao longo dos anos. Comecei feliz, tascando nomes quase fofos nas pastinhas: Brilhantina, Lado A, Lado B (nenhuma inspiração em U2, por favor), Sujinhos e Mal-Lavados, Mauricinhos da Vila e por aí vai, depois fiquei “a séria por excelência”, perdi algo da graça que o rock n’ roll tem e merece deter um caráter permanente.

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No momento estou ouvindo Whisky in the jar – Thin Lizzy, a coisa biblioteconômica perde qualquer vazão…

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Minha primeira pasta:

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Pré-rock / Rockabilly

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A pastinha foi criada para não ocorrer a vizinhança quase espúria de Bill Halley mais Creedence Clearwater Revival. Apesar de gostar muito da sonoridade tenho pouquíssima coisa. Mas como não dançar e se esquecer do mundo?

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Classic Rock / Rock n’ Roll

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Agora estou ouvindo Suzi Quatro – Keep a knockin’) e incrivelmente infeliz por ter nascido na década errada, nada contra os 80’s (au contrárire, mon frère!), mas costumo me imaginar nascendo durante a Segunda Guerra (obviamente que nos States ou na terra da Rainha) e podendo ter a idade perfeita pra sentir a vibração da novidade em ouvir a guitarra sendo tocada de todas as formas e quando os caras da cozinha não, simplesmente, violentavam bumbos e pratos.

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Glam Rock ou Glitter Rock

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Parece coisa do destino, mas neste instante comecei a ouvir uma das múltiplas fases de David Bowie – The Jean Genie. Não sou muito fã de maquiagem pesada e indumentárias mil, isto é, para música nunca fui muito visual (Twisted Sister e afins que me perdoem pelo esforço). Nos anos 70’s não havia problema algum de ouvir x ou y, apenas o som importava. Deveria ser assim para todos os lados.

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Hair Metal

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Bem, se por um lado eu não tenho reclamações sobre o povo glamouroso acima, a coisa pesa pro povo do hair metal. Ok, o nome é óbvio e convincente, mas essa galerinha não tem vergonha de pertencer a um gênero, sub-gênero do rock por conta das madeixas? Na realidade só criei a pasta para não deixá-los conspurcar a pastinha seguinte. Poser por poser fico com os que manejam a guitarra como deuses. Quem ainda ouve Spinal Tap, Nelson? Não sei, mas eu estou ouvindo “I’m a man”, The Spencer Davis Group. Quem não conhece ainda não pegou o espírito Rock n’ Road…

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Hard Rock

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Sexo, Drogas e Rock N’ Roll, quando o estilo de vida encontra voz e guitarras, baixo e bateria (o que não provê orgulho pra mãe alguma – dos músicos, é claro –, but who’s care?). Meus amores conseguem pintar delicadeza e aspereza. É a única pasta que possui o dom de servir como trilha para cada momento da minha vida.

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Punk Rock

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Ha-ha, tocando Sufragette City (David Bowie). Nunca ouvi punk pra me deliciar. O punk era colocado somente quando havia muita raiva no ar e eu queria gritar sem dar nota da confusão interna (exceto por Ramones, Ramones sempre cai bem). Sem raiva, mas me deu vontadezinha de ouvir Dead Kennedys.

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Soft Rock / Slow Rock / Low Rock

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Ctrl A + Play apenas em momento de horror por amor (sofrimento é vocábulo pesado demais para representar outra coisa, haveria outro motivo para ouvir Wilco ou Belle & Sebastian?)

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Pop Rock

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Eu poderia ser presa por fanáticos, mas nesta pasta só tem coisa trolha. Adoro pop, mas pop rock vale tanto quanto tampa de cerveja (já colecionei mas, num dia olhei e me perguntei: why-why? E foi tudo pro lixo e sem arrependimentos…). O único nome de peso e que seria motivo de linchamento é o Paul David Hewson, aka Bono Vox (o apelido arrogante!), ooops… U2 (mas que fique claro: adoro o The Edge).

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Indie 

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Seriedade. Muita seriedade. Por que as bandas indie são as mais endinheiradas? Indie my ass! Independentes? Até acho o som de algumas bandas interessantes, mas eles merecem a pecha de malas. Assim como o Bono Vox, discursos à parte… o custo dos ingressos assusta até a classe A. Precisa de tanta parafernália para tocar um roquinho? Em relação ao mundo indie a posição de soberba causa-me pavor. Franz Ferdinand, Muse e outros batutinhas ainda estão “catalogados” como e enquanto indies? Please, kiss my ass! E pra não falhar com a sincronicidade (música e pensamento: Nazareth, “Shanghai’d In Shanghai”).

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Heavy Metal

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Incrivelmente só ponho pra tocar quando estou “naquela” calmaria (não confundir com marasmo). A sensação é a mesma de quando ouço música clássica (apenas os dois gêneros são funcionais quando estou no momento estudar-concentração total). Outra coisa, as imagens que surgem em minha mente nada tem a ver com universos medievais, morcegos ou coisa que o valha.

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Trash Metal

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Envergonho-me deveras, mas na pasta o Lemmy está só. Brincadeira, não tenho vergonha… Desse naipe só consigo ouvir Motörhead [principalmente o Iron Fist, pusta álbum lindo, mas o encarte é desaconselhável para menores ou não, depende de como anda a novelinha das oito].

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Doom Metal / Death Metal

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Ô sofrimento sem par! Conheço o gênero apenas por conta de dois amigos. Os dois vocalistas. A minha ignorância só me leva a diferenciar o vocal, o primeiro gutural e o segundo (muito) gritado-berrado, mas não sei se dá pra generalizar. Agora tocando o bom e velho Mungo Jerry, “Wild Love”.

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Rock Ballads (emo atual?)

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Na realidade a pastinha só tem Brian (ou será Bryan? Não irei ao São Google pra verificar) Lagriminha Adams e Roxy Music. Entretanto confesso: quase coloquei o David Coverdale aqui.

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Pop/Trance/Trip-hop/Tecno/Dance/House/ Drum n’ bass

(enfim, as mil e três variantes do universo da música com suporte mais… eletrônico).

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Provalvemente é a pasta com coisas mais desconhecidas. Não faço a menor ideia de como pude deixar na pasta “Eletrônica” gente como Michael Genius Jackson com um povo que (valha-me dio sancti) só deve ser consumido em momento de exasperação ultra-mundana (sarjeta surda). Todavia, além do rei eu ainda me derreto ouvindo Cher (qualquer fase), e ainda preciso ouvir Portishead (dia de êxtase, ou como o pai de todos os burros indica: “prazer intenso; sensação deleitosa; voluptuosidade, deleite”), Prodigy (ah, meus 18 aos que não terminam) e Moby (algum problema?!).

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Atualmente não tenho critérios para definir qualquer sonoridade, cada pessoinha musical ganhou nome, sobrenome e pastinha próprias. De certa maneira acho que estou orgulhosa da alteridade momentânea.

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Despeço-me ao som de The Doobie Brothers, “China Groove”.

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Snakebites