Fim dos Mundos

 

 

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Ao se deparar com “Fim dos mundos”, do romancista e autor de graphic novels Neil Gaiman,  a observação inicial é de que seja um arco de contos isolados. Contudo, com um pouco mais de atenção é possível se maravilhar com o entrelaçamento das estórias.

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A saga começa a partir de um acidente de carro durante uma estranha tempestade de neve, no carro estavam Brant e Charlenne. Após o acidente, Brant – carregando sua companheira inconsciente de viagem – é guiado por uma voz misteriosa até uma estranha hospedaria, de nome Fim dos Mundos. É nessa estalagem que ocorrem trocas de narrativas fantásticas (em toda acepção da palavra) entre personagens de todas as eras, reinos e dimensões.

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A saga de Gaiman foi inspirada pelos Contos de Canterbury, escritos por Geoffrey Chaucer (1343-1400), no qual um grupo bastante heterogêneo também apresenta relatos, estórias, contos. Chaucer, por sua vez, tomou a estrutura geral do trabalho do Decamerão de Bocaccio (1313-1375), no qual jovens nobres contam histórias enquanto se exilam num castelo, por conta da Peste Negra.

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Na obra de Gaiman, as narrativas têm função similar: “passar o tempo” enquanto uma incompreensível tempestade toma de assalto várias realidades. Ops, já estou indo um pouco além da sinopse… Talvez possamos entender as diversas narrativas como releituras de clássicos da literatura com a chancela ou visão do mestre Neil Gaiman.

 

snakebites

entre a academia e os sonhos

 

“To absent friends, lost loves, old golds, and the season of mist; and may each and every one of us always give the devil his due”. [“Aos amigos ausentes, amores perdidos, deuses antigos e à estação das brumas; e que cada um de nós sempre conceda ao diabo o seu quinhão”.] – O brinde “peculiar” de Hob Gadling em Sandman – Estação das Brumas: um prelúdio.     

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Semana de múltiplos ganhos estéticos.

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Entre azares bestas e sorte infinita. O fato é que nesta semana ganhei presentes de toda sorte. Corrigindo, ganhei o tipo de presente que mais adoro. Livros, quadrinhos e filmes.

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Eu já tenho o Sandman, de Neil Gaiman completo aqui em casa. Todavia, ele está em diversas edições, tem da Globo, Panini e Conrad. E eu sempre fiquei um tanto acabrunhada com isso. Tentei de todas as formas completar a coleção que a Conrad lançou de cada saga. Mas o primeiro volume ficou faltando, e a cada vez que eu olhava pros volumes luxuosos de capa dura meu olhar ficava num misto de enternecimento e frustração quando eu via “Prelúdios & Noturnos” naquela capa mole da Globo (sendo que falta o nº8, sim o da estreia da Morte), nem vou gastar minhas digitais num blah blah blah sobre a diferença na qualidade do papel. Bem, nesta semana decidi que os muitos extras mais a belezura da edição definitiva valiam meus níqueis (afora uma boa promoção da Fnac, é claro!). E, tem dois dias que o Sandman (vol. 1, com 20 números está iluminando a prateleira dedicada a Gaiman e Dave McKean). Felicidade pouca é bobagem amigos! Espero que no próximo mês sobrem novos níqueis e nova promoção para que o volume dois faça companhia ao primogênito…

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E para a semana ficar mais completa ainda (como se precisasse) vi que meus pontos na Fnac possibilitavam uns cinco filmes (sem frete incluso). Ahá. Não que eu me sentisse negligenciada em termos de prendas. Mas, mas, mas… Hm, dei uma olhada na minha lista de desejos (lá da Fnac) e vi que poderia ser agraciada por algumas preciosidades pop.

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Primeiro, “Mermaids” (“Minha mãe é uma sereia”). Mermaids é um filme pop, doce, bobo e muito presente na minha adolescência. Não resisti, mas ainda preciso ter Moonstruck (“Feitiço da lua”). Adoro a Cher. E a opereta da judia que quer ser freira (Wynona Ryder)? Impagável!

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Há anos resisto comprar “Braveheart” (“Coração Valente”), a minha choradeira é incontrolável… O filme é da época em que o Mel Gibson não era um cretino falastrão. Coração Valente é piegas? Tsc, tsc, tsc! É um épico romântico! E diacho, tem a Sophie Marceau encantadora. E a última cena do filme? Quem não sonha em ter esse tipo de coragem? Ou esse tipo de objetivo/propósito, nada nublado? De arrepiar! Freedom!!!!!!!!!!!!

Nunca me defendi por adorar Grease. É o filme mais alegre de que tenho notícia (o mais colorido também). Eu tenho um exemplar aqui em casa, mas sonhava em ter a edição comemorativa… Mas nunca tive coragem para ver o Grease 2.

“American Beauty” (“Beleza Americana”), um ótimo filme, mas nunca pensei em comprá-lo. Acho que sou uma cinéfila de atores e não de diretores afinal de contas. E tenho uma queda pelo Kevin Spacey (mesmo antes de ficar imaginando quem seria Keyser Soze). Beleza Americana me ganhou não pela estória do suburbano de meia-idade que reencontra a vitalidade por meio de uma certa efebofilia… mas pelo brilho de Spacey, ele consegue ajustar a perfomance para um brilho contido. Dá pra imaginar algo assim?

Por fim, Rocky. Não faço a questão de ter os cinco Rocky’s, apesar do “Rocky Balboa” (o último) estar na prateleira (a cavalo dado não se olha os dentes…). Confesso que gosto da estória do medíocre um tanto abrutalhado e ainda assim sensível que está disposto a ganhar o coração de uma mulher e lutar para não perder. Outra coisa, adoro o Burgess Meredith, it doesn’t ring a bell? O Mickey, meus caros! Lembraram? Outra coisa, quem nunca subiu uma escadaria e fez “aquela dancinha da vitória” (e a música então?), dá até vontade de correr. Quem nunca torceu a boca e berrou algum “Adrian!!!” Hein? Clássico, clássico meus amigos!

vários snakebites, agora é hora de voltar ao textos de pensamento político brasileiro (sim, agora entrei na fase de ler apenas o que me agrada! 2011 está começando pra mim!